A espécie humana, ao contrário de outras espécies de seres vivos, gera um filho de cada vez, podemos considerar, assim, uma situação anormal a gemelaridade. Talvez isso explique uma série de riscos decorrentes desse tipo de gestação.
Ela acontece, na maioria das vezes, pela fertilização de dois óvulos, por dois espermatozóides. Uma segunda possibilidade é numa gestação inicialmente única, ocorrer a divisão do ovo fertilizado, resultando 2 gêmeos idênticos geneticamente.
Dicoriônica e diamniótica: onde identificamos 2 placentas e 2 bolsas, ou cavidades amnióticas
Monocoriônica e diamniótica: onde identificamos 1 placenta e 2 bolsas, ou cavidades amnióticas
Monocoriônica e Monoamniótica: onde identificamos 1 placenta e 1 bolsa, ou cavidade amniótica
Gestação múltipla (mais de 2 fetos)
Existem algumas complicações patológicas específicas em todos os tipos de gemelaridade, especialmente nas monocoriônicas.
Em breve nesse site trataremos de situações patológicas, incluindo nos gemelares.
Como comentamos acima, temos algumas diferenças fundamentais entre as gestações gemelares.
A gemelaridade difere pelo número de placentas, número de sacos ou bolsas amnióticas, além evidentemente do número de fetos dentro do útero.
Considerando que numa gestação temos 2 fetos, podemos ter 3 possibilidades (mais frequentes):
2 placentas com 2 bolsas amnióticas: Gestação dicoriônica-diamniótica
1 placenta com 2 bolsas amnióticas: Gestação monocoriônica-diamniótica
1 placenta com 1 bolsa amniótica: Gestação monocoriônica-monoamniótica
As gestações gemelares com placenta única (monocoriônicas) são, sem dúvida apresentam maior risco e mais frequentemente se acompanham de complicações. O motivo principal são comunicações entre os vasos sanguíneos dos fetos na placenta. Lembrando que a placenta se liga ao feto, dentro do útero, através do cordão umbilical, que carrega, via de regra, uma veia e duas artérias (3 vasos sanguíneos). Essas comunicações vasculares nas gestações monocoriônicas provocam uma diferença na distribuição de sangue da placenta para os fetos. Essa diferença pode ser pequena, acontecendo na maioria das gestações, mas pode ser patologicamente significativa. Nesses casos 3 problemas podem surgir:
Diferença significativa entre a hidratação, ou quantidade de líquido dividida entre os fetos, provocando graus variados de desidratação de um fetos (chamada STFF - Síndrome de Transfusão Feto-Fetal ou STT - Síndrome Transfusor-Transfundido)
Diferença significativa entre a nutrição, ou quantidade de nutrientes dividida entre os fetos, provocando graus variados de restrição de crescimento de um dos fetos (CIURs Crescimento Intrauterino Restrito Seletivo)
Diferença significativa entre a quantidade de glóbulos vermelhos dividida entre os fetos, provocando guaus variados de anemia fetal de um feto e maior concentração de glóbulos vermelhos no sangue do outro feto (Sequência Anemia-Policitemia)